domingo, 25 de abril de 2010

Soninho

Ontem, na hora do soninho da manhã, Rosa me surpreendeu. Comecei a niná-la, ela pediu pra deitar na cama. Depois, já consciente do horário e de sua alimentação falou:
- Tetê não! Tetê não!
Eu completei:
-Tetê não, Rosinha. Mamãe vai trazer uma tetê de água.
Ela emendou:
-Água, eite não.

Legenda: é que ela associou o sono com a tetê (mamadeira), principalmente quando ela deita na cama pra dormir. Porém, quando o sono é de manhã, relutamos em dar o leite pra não atrapalhar o horário do almoço. Às vezes tentamos tapiá-la colocando suco ou água na mamadeira. Só que essa foi a primeira vez que ela se mostrou convencida e aceitou facilmente minha sugestão.

A lógica dos nomes

Pergunto pra Rosa:
- Filha o que vocês quer comer? Tem carninha, feijão, trigo, quiabo.
Ela observa, repete, apontando com o dedinho e balançando a cabeça:
- Caninha, jão, tigo, abo, Rosa, mamãe.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Mise en scène

Fomos domingo na casa do titio Lucas. Chegando lá Rosa não perdeu tempo, entrou no quarto gritando titio e quando viu a titia foi logo dizendo:
- CAROL!
Ela ficou toda derretida. Pegou a menina no colo e foi pra sala se exibir. Pediu pra Rosa repetir, para que todos pudessem ouvir. A periquita não se fez de rogada.
- Ó, ó, ó, ó!
Chamou atenção das pessoas; esperou os olhares da plateia; respirou fundo; fez suspense; preparou a boca; mexeu a língua na boca; molhou os lábios; e disse com todas as letras:
- CAROL!
E riu do seu mise en scène.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Treinamento

De repente ela grita:
- Xixi, mamãe.
Já fala tentando tirar a fralda.
Mão de obra: tira-se a roupa e fralda. Coloco ela no vaso. Ela faz (apenas) com a boca:
- Xxxxxxx, xxxxxxxx!
Não sai nada!
- Papel!
Pego um pedaço de papel higiênico. Dou na mão dela.
Ela passa na perereca. Desce. Abre o lixo. Joga o papel fora. Grita:
- Dicaga!
Sobe no vaso, aperta a discarga. Eu tenho que ajudar. Ouve-se o barulho.
-Mão!
Lava a mão.
-Abão!
Com sabão.
Enxuga na toalha e pra finalizar apaga a luz.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O sentido do som

Sabe aquela história que só internalizamos realmente um conceito quando o usamos em uma situação diferente da que ele nos foi apresentado? Então, a Rosa tá passando por isso em relação as palavras. Vou contar dois casos:

  • Domingo fizemos um piquinique no Aterro do Flamengo: eu, Rosa, titio Lucas e titia Carol. Eu e Rosa chegamos no Flamengo e tivemos de esperar uns minutos os titios descerem. Falei pra Rosa que eles estavam atrasados. Ela repetia em parar: - Tá atasado! No aterro brincamos, tomamos café da manhã, nos divertimos muito. De repente uns barcos de alta velocidade que participariam de uma competição à tarde, começaram a aquecer, passando no mar e provocando sons bastante altos. A Rosinha ficou doida e pediu pro titio levá-la pra ver. Chegando à beira do mar, os barcos pararam de passar. Titio conta que ela ficou inconsolada e falava se parar: - Adê? Baco, tá atasado!

  • Um dia falei pra Rosa que papai tinha esquecido de colocar as pilhas novas no brinquedo dela. Toda vez que ela pega o brinquedo ela fala: - Papai quecêu! Terça-feira vovó Rose arrumou a menina pra ir pra natação. Já de fralda especial, de maiô e touca e o papai ainda deitado, dormindo. Ela ficou preocupada! Virou pra vovó e disse: - Papai quecêu, tação! Hã? Vovó explicou que o papai ia levá-la sim. Ela rapidamente foi ao quarto e convocou: - Vamos papai!