quinta-feira, 22 de julho de 2010

Simples assim

Rosa olhou minha barriga e falou:
- Nenén fugiu! Poise asa, vilou anjo. Lá no céu! Fugiu! Agora faize oto mamãe. Faize dois.
Expliquei a ela que agora iríamos esperar um pouquinho mais. Ela insistiu:
- Faize oto mamãe. Faize dois. Alí o nenén ali.
- Onde filha?
- Lá no fundo, mamãe. Ali o nenén.
- O que ele tá falando pra você, filha?
- Tá falando faize oto, faize dois! Faize oto.
Ficamos todos arrepiados.

Tocata com o papai

segunda-feira, 19 de julho de 2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A história do cavalo

Na festa junina da Favinho, uns cavalinhos faziam a festa da criançada. Podia-se passear de charrete, na rua toda. Rosa não quis, ficou com medo. Insisti, mas quando chegamos perto dos cavalos ela agarrou no meu pescoço e disse que não queria de jeito nenhum.
Pois bem, ela se arrependeu. Não parou de falar no assunto. A qualquer instante, sem mais nem menos, ela voltava ao acontecimento:
- Não quisse andá no vavalo. Vavalo amigo! Não quisse andá.
Eu sempre falava pra ela não se preocupar que nós iríamos andar, depois.
Na festa junina da rua do titio Lucas, os brinquedos típicos faziam a festa da criançada. Ela logo quis ir no pula pula e ficou com vontade de andar nos cavalinhos. Aqueles de carrocel. Mas era só chegarmos perto que ela mudava de ideia, dizia que não queria, que queria pular.
Dessa vez eu insisti mesmo. Fomos primeiro no trenzinho, pra tirar o medo. Coloquei ela no colo, ela foi quaser chorando, mas depois de começarmos a rodar, amou!
Aproveitei a empolgação e fui direto pro cavalinhos. O papai foi segurando ela, em pé, ao lado cavalinho. Ela também resistiu no início, mas gostou.
Depois ficou só falando que andou no vavalo, que ele é amigo.
Sábado agora fomos visitar a dinda e o dindo. Eles moram pertinho da praça dos cavalinhos, onde tem várias charretes pra passear com as crianças. Disse a ela que iríamos andar no cavalo. Ela ficou toda empolgada. Porém, chegamos tarde e quando fomos à praça não tinha mais nada. Falei à ela que os cavalinhos já tinham ido embora, que eles estavam dormindo.
Agora ela fala nisso toda hora:
- Não viu o vavalo, tava mimindo. Osa vai vê otro dia, o vavalo. Vavalo amigo!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ainda o Manel

Disse o papai que essa semana Rosa chegou na portaria e se dirigiu ao Nelson:
- Bom dia, Manel.
Mais uma vez a explicação:
- Esse não é o Manel, filha. É o Nélson.
- Bom dia Manelson!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Avião amigo

Alguém (eu juro que não foi eu) descobriu que a Rosa obedece a tudo o que o avião fala. Eu já tinha percebido que ela gosta muito de ver o avião, o helicóptero, mas não imaginava que a fidelidade com esses amigos era tanta.
Pois bem, começaram com aquele discurso: "o avião falou que é pra escovar os dentes direitinho", "o avião falou que é pra papar tudo".
O papai foi mais longe: ele se esconde e faz a voz do avião. É uma voz grossa, daquelas que ecoa no ar.
É só ouvir o primeiro chamado "Rosiiiiiinhaaaaaaa!!!!!!!!!!!", que a menina arregala os olhos, abre a boca, suspira e exclama quase sem voz:
- O avião falou "Osiiiiinha, papa tuuuudo"! Avião amigo!
E abre a boca com gosto. Às vezes a empolgação não faz rapar o prato, mas o fato é que algumas garfadas ela come.
Na hora de escovar os dentes, ele às vezes reluta em deixar a gente ajudar. Entra em cena o avião. O resultado é instantâneo.
O engraçado é que às vezes ela ouve o que quer. O avião passa e diz que é pra papar tudo. Pergunto a ela o que o avião falou, ela já corta o caminho:
- Avião falou "Osiiiiiinha, escooova o dente direitiiiiinho".
Outras vezes ela se esconde no quarto e faz a voz do avião. Depois aparece e diz que o avião passou e falou com ela.
Agora ela também só quer comer com aviãozinho ou helicóptero. Tem de pedir autorização para o pouso e a abertura do portão, para o veículo pousar "lá no fundo".
Sempre fui contra essas associações de comida à algum elemento externo, mas falando da realidade, a gente acaba usando de tudo. Ela tá ruim pra comer! Acho que nesse caso o avião até ajuda.

sábado, 3 de julho de 2010

Bagunça no banho

E a vida continua...

Quinta-feira passada, quando cheguei à creche da Rosa para buscá-la, ela me aguardava com uma novidade. Quando me viu foi logo dizendo:
- Tchau, tchau, Holanda!
(acenando com a mãozinha)
É que a Cris, a professora, também gosta de futebol e tinha ensinado pras crianças como engrossar a torcida do Brasil.
Vimos último jogo na casa do Jayme e da Mari. Ela amou, se divertiu muito com as crianças e é claro, viu o jogo torcendo como sempre.
Acabado o jogo, aquela tristeza momentânea.
Rosa continuou se divertindo.
Na volta para casa, já sentada no seu carrinho, observei que ela fazia o balanço final da copa. Sem tristeza, como se dissesse que agora, é a vida que segue:
- Basil pedeu! Tchau tchau Basil!
E como escreveu o Marcelo Adnet, hoje no Globo, "acabou nosso feriadão".